A despeito.
Pudesse poria
membros em todo poema.
Faria erógeno
cada um dos verdes
dos claros dos brancos
e daquilo tudo.
Poema é tão mais quando
despeja
palavras
rústicas e abertas
(de um jeito que eu bem gosto).
De um jeito que se lê e
se contempla todo
um carnaval pelo corpo.
Pudesse
Averiguaria teus poros
sem sutiã.
Um por um e
não
me apegaria.
Jogaria ao relento
tal métrica de
peito escancarado por todo lugar.
Pudesse talvez
poria fim
neste tal texto
em
concordância de gênero.
É tudo uma questão de gênero
e não temeria
enfim
Deixar
todos os óleos
as cores traços de
corpo sobre tudo.
Pudesse
esqueceria esse travesseiro
que tanta sede nuca
pele respeito pêlos
- pelos meios que me destes.
E incumbir-me-ia de ser
só,
menina.
Pudesse eu
tão pouca gente
chegaria ao topo
dessa tanta gente
que te conheceu
tão bem quanto
eu quis
e veria migalhas
de mim em cada uma
mas recomporia meu
digno amor
em toda sorte de Baco.
Pudesse
tiraria de mim qualquer
resquício de bunda
- já que tanto gostas -
e
lavaria de mim
todo vestígio de
argumento e líquido
que noite a noite
me pus a pungir.
Bastaria.
Quisesse ao fim
balbuciaria pedido
tal qual verso virgem
sem vestimenta subjuntiva:
posso a tudo
despeito?
pode!
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