10 de agosto de 2011

A despeito.


Pudesse poria 
membros em todo poema. 
Faria erógeno 
cada um dos verdes 
dos claros dos brancos 
e daquilo tudo. 
Poema é tão mais quando 
despeja 
palavras 
rústicas e abertas 
(de um jeito que eu bem gosto).
De um jeito que se lê e 
se contempla todo 
um carnaval pelo corpo.

Pudesse
Averiguaria teus poros
sem sutiã.
Um por um e 
não
me apegaria.
Jogaria ao relento
tal métrica de 
peito escancarado por todo lugar.
Pudesse talvez 
poria fim
neste tal texto
em 
concordância de gênero.
É tudo uma questão de gênero
e não temeria
enfim
Deixar
todos os óleos
as cores traços de
corpo sobre tudo.

Pudesse
esqueceria esse travesseiro
que tanta sede nuca
pele respeito pêlos
- pelos meios que me destes.
E incumbir-me-ia de ser
só,
menina. 

Pudesse eu
tão pouca gente
chegaria ao topo
dessa tanta gente
que te conheceu
tão bem quanto
eu quis
e veria migalhas
de mim em cada uma
mas recomporia meu
digno amor
em toda sorte de Baco.

Pudesse
tiraria de mim qualquer
resquício de bunda
- já que tanto gostas -
e
lavaria de mim
todo vestígio de
argumento e líquido
que noite a noite
me pus a pungir. 

Bastaria.

Quisesse ao fim
balbuciaria pedido
tal qual verso virgem 
sem vestimenta subjuntiva:
posso a tudo 
despeito?

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